Como organizei minha viagem a Cuba

domingo, novembro 17, 2013


1) Conhecendo o destino 

A primeira coisa que faço quando começo a organizar uma viagem é ler um pouco sobre o destino. Isso é muito importante para descobrir o que quero ver lá, quanto tempo eu acho que cada lugar merece, etc... São esses desejos que, mais tarde, vão orientar a logística da viagem. Minha principal fonte de informação nesse momento são os blogs de viagem. Gosto de saber de uma pessoa que esteve lá quais suas impressões sobre o local, como ela organizou a viagem, o que fez por lá... Claro que é sempre bom filtrar o que é lido com seu próprio estilo de viagem: o que a pessoa diz que é imperdível pode não ser pra você, você pode querer ficar mais ou menos tempo em determinado local. Enfim, apesar dessas leituras serem essenciais para minha organização, elas são apenas inspirações, que serão adaptadas a partir dos meus próprios desejos e vontades.

Para Cuba, eu li bastante dos blogs:
Sintrip - as meninas Ana e Luciana fazem posts super detalhadinhos, com mil informações sobre o roteiro, a organização da viagem, grana etc-etc.
Viaje na Viagem - esse dispensa apresentações. Muita informação e um time de comentaristas que dá um show de internet colaborativa. Foi Ricardo Freire que me tranquilizou sobre o período da viagem (Cuba em plena temporada de furacões, a gente vê por aqui!)...
Arquivo de viagens - a Luisa fez a viagem que povoa meu imaginário: de carro pelas estradas de Cuba. Pra ficar perfeita, eu juntaria um tico de praia (mas não muito porque, como ela, eu prefiro as cidades e as pessoas). Seus posts foram essenciais para escolher as cidades que queria ir.
1000 dias - Ana também cruzou Cuba e conheceu muitas cidades e cantos do país.

Para inspirar, também gosto de ver filmes ou ler livros que tenham a ver com o destino. Para Cuba, li a autobiografia de Alina, a filha de Fidel com uma amante, e a Trilogia Suja de Havana, de Pedro Juán Gutierréz.

2) Decidindo o roteiro

Depois de ler um pouco sobre o destino, eu começo a definir os locais que irei visitar e o tempo que passarei em cada um. No caso de Cuba, restrições logísticas fizeram com que eu mudasse o roteiro inicial: Baracoa e Santiago de Cuba ficaram de fora, para que a viagem ganhasse tempo e tranquilidade. Com o novo roteiro, desistimos de alugar um carro, já que passaríamos mais tempo em Havana e iríamos para Cayo Largo (que só dá pra chegar de avião). O carro se tornou dispensável e fizemos os roteiros internos para Cienfuegos e Trinidad de ônibus mesmo.

Nessa etapa, pesquisei horários dos vôos internos para Cayo Largo, Santiago de Cuba e Baracoa (quando ainda queria ir nesses lugares) pelos sites das companhias aéreas Cubana, Aerogaviota e Aerocaribbean. Reservei minha passagem da Aerogaviota para Cayo Largo pelo site da Cuba Travel Network. Nessa etapa também pesquisei os horários de ônibus para Cienfuegos e Trinidad pelo site da Viazul, empresa de transporte terrestre de Cuba. Não comprei as passagens, foi só para organizar o roteiro.

Nessa etapa eu começo a colocar as coisas no papel. Sempre faço uma planilha para "visualizar" a viagem como um todo: o dia que eu chego, o tempo em cada cidade, o tempo do deslocamento, etc. Também é bom ir colocando o preço das coisas pesquisadas/ compradas (passagem, hospedagem) para ter uma idéia de quanto a viagem vai custar.

3) Procurando hospedagem

Com o roteiro mais ou menos definido, começo a ver hospedagens. Nessa etapa, o Tripadvisor é meu melhor amigo. Todas as casas onde fiquei hospedada eram super bem indicadas no Tripadvisor e isso foi crucial para minha escolha (e não me arrependi!). Procurar hospedagem em Cuba foi um pouco mais difícil do que outros países que fui, já que muitos sites norte-americanos de reserva e busca de hotéis/ pousadas não mostram resultados do país.

Reservei as casas em que fiquei pelos sites Hostel Cuba e Cuba Family Houses. Você faz uma espécie de solicitação da casa para o período desejado, eles te mandam um email confirmando ou não a disponibilidade para aquele período. Se a casa tiver disponível, eles te mandam um email de "pré-confirmação" que você precisa confirmar mais uma vez, e só então você tem uma reserva. Apesar do sistema enrolado, chegando lá deu tudo certo e as casas estavam mesmo reservadas.

Fiquei com as duas últimas noites sem reserva, já que não tinha certeza se ficaria um pouco mais em Trinidad ou se voltava para Havana. Dependendo da viagem, gosto de ter mais ou menos flexibilidade, para encaixar os destinos e locais que a gente só descobre no caminho. No caso de Cuba, preferi deixar as coisas reservadas porque sabia das dificuldade de "turistar" no país (aquele wifi do café, que te permite procurar a hospedagem na próxima cidade não ia existir lá). Além disso, queria muito ficar nas casas particulares e, em geral, a disponibilidade é pequena (elas costumam ter um ou dois quartos apenas) e as melhores enchem logo.

Mas, se você não gosta de planejar tanto, as donas das casas SEMPRE tem alguma casa para te indicar em qualquer cidade e podem te ajudar a organizar toda a viagem.

Contei mais sobre minha experiência com casas particulares em Cuba aqui.

4) Pesquisando o que fazer


Com o roteiro decidido, começo a ler mais sobre o que há pra fazer em cada uma das cidades que vou. A primeira etapa, de conhecer o destino, ajuda bastante aqui. Não é nada definitivo, mas gosto de saber quais são as atrações ou passeios imperdíveis no local, para não deixar de fazê-los. Também serve para descobrir bons restaurantes, coisas inusitadas ou diferentes que dá para conhecer. Foi assim que descobri a possibilidade de sobrevoar de balão o sítio arqueológico de Teotihuacán, nos arredores da Cidade do México (depois conto a experiência aqui no blog!). E foi uma experiência INESQUECÍVEL! Se eu não tivesse fuçado na net, nunca teria descoberto!

Eu vou preenchendo aquela planilha do roteiro com as idéias do que vou fazer em cada dia. Não é um planejamento rígido e imutável. Serve mais para ver se tudo que eu quero fazer "encaixa" no tempo disponível ou se vou precisar deixar algo de lado ou conseguir mais dias para aquela cidade. Durante a viagem, faço muitas outras coisas que não estavam planejadas ou deixo de fazer algumas que tinha planejado porque descubro que não era tão legal assim - e tudo bem!

Nessa fase, já dá pra ter uma idéia geral do custo da viagem: já sei quanto vou gastar com o transporte entre cidades, já comprei as passagens de avião internas (no caso dessa viagem, a passagem para Cayo Largo), já vi hospedagem. A leitura sobre o destino também ajudou a ter uma idéia do preço de alimentação e dos passeios na cidade. Sempre considero que a viagem vai custar 20% mais do que o orçamento inicial, para não ter surpresas.

5) Decidindo coisas práticas


Quando vai chegando mais perto do dia da viagem, começo a ver coisas mais práticas, tipo: quantas roupas preciso levar e de que tipo? Preciso levar algo específico? Melhor ir de mala ou mochila (sou do time que adora as duas, a depender do tipo de viagem)?

No caso de Cuba, essa fase foi especialmente importante, já que não é fácil comprar coisas por lá. Por exemplo, descobri que os banheiros em Cuba nunca tem papel higiênico (e comprovei isso in loco) e por isso levei papel higiênico e lenços umedecidos na mala. Também levei um guarda chuva, já que era a época chuvosa e não é fácil encontrar esse tipo de artigo por lá.


Aí é só fazer a mala e pronto!


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3 comentários

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi Janira, tudo bom?
    fiquei curiosa pra saber se afinal você escolheu mochilão ou mala pra esta viagem. Estou com a mesma dúvida.

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    1. Oi Cecilia! Para Cuba, escolhi mala. Uma daquelas tamanho P, que coube tudo que eu precisava para a viagem. Como não é dos destinos mais caros, dá para pegar táxi do aeroporto e para ir embora. Então não precisa ficar circulando de mala em transportes públicos, calçadas, etc. Escolhi mala e foi bem tranquilo! Beijos e boa viagem!

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